Thursday, June 13, 2013

Mae e mae, pai e pai, nao importa o que voce e!


Hoje pela manha, mas precisamente as 6:30 um barulho estranho me despertou. Fiquei atenta querendo saber o que era, de tempo em tempo ouvia, era como algo batendo do lado de fora da parede do meu quarto. O lado de fora da parede do meu quarto da para o meu quintal, cheio de arvores em volta.  Continuei a ouvir o barulho mas não me levantei pois queria aproveitar os últimos minutos antes do relógio despertar as sete horas. As 6:45 meu filho me acordou e enquanto eu o amamentava o la estava o barulho, terminei de alimenta-lo e me levantei afinal já eram quase sete horas. Coloquei meu cafe para fazer e então me lembrei do barulho e também me lembrei do ninho de pica-pau que fica na calha do lado de fora da parede do meu quarto e algo me intrigou ainda mais. Foi ai que resolvi investigar o barulho. Caminhei para fora e olhei na direção da calha, na sou muito "boa das vistas" de longe mas vi que tinha algo estranho no ninho do pica-pau, algo do lado de fora, pensei que o ninho estava desmoronando e me aproximei ainda mais forcando os olhos, foi quando para minha surpresa me deparo com uma das cenas mais tristes da natureza que ja vi na minha vida, um dos filhotes estava com o pezinho enroscado em um fiapo do ninho. Aquele dia em que simbolizaria liberdade, vitoria, vida para aquele pequeno ser indefeso se transformou no pior dia de sua vida.
Voltei para dentro apressadamente e acordei meu marido. Queria ajudar mas fiquei tao impressionada com a cena que fiquei inerte. Não conseguia pensar, precisava de ajuda. Então meu marido se levantou e perguntou o que fazer, eu pensei em coloca-lo de volta no ninho e então la fomos nos. Quando nos aproximamos do local minha cachorrinha a Dona Maggie se encarregou de latir e assustou o filhote que bateu as asas assustado e e ai que me impressionei, assim que o filhote se mexeu da copa da arvore mais próxima saíram o Pica-pau Mãe e o Pica-pau Pai enfurecidos e tentaram nos atacar. Voltamos correndo para dentro de casa. Eu precisa sair para trabalhar, meu marido também, então tínhamos que agir rápido, foi então que meu marido teve a ideia de cortar o fiapo que estava segurando o filhote, afinal se ele estava batendo as asas podia voar e pelo seu tamanho supomos que era isso que ele estava tentando fazer quando seu pezinho se agarrou. Resolvemos trabalhar em equipe. Cachorra pra dentro, punhado de pedras na minha para espantar "os pais do filhote" e meu marido com a tesoura tentaria a façanha. La fomos nos, e desta vez "os pais" vieram ainda mais ferozes. Nada os impediria de defender o filhote. No seu instinto animal, nos "os humanos" sempre tentamos "fazer mal" a eles. E por isso assim agiram, defendendo com unhas e dentes seu bem mais precioso, aquele que durante o inicio da primavera eles construíram cuidadosamente o ninho, trataram de escolher o melhor lugar, protegeram e aqueceram o ovo, cuidaram dia e noite nos filhotes que ainda não podiam voar e comer sozinhos. Quantos dias sentada na minha cadeira assisti aquela "mãe" trazer comida a seus filhotes, ela sempre se assustava comigo ou com a Dona Maggie e ate mesmo com as brincadeiras de meu filho, muitas vezes  peguei no colo e apontando para o ninho eu lhe dizia que ali estava a mamãe cuidando dos seus bebes. Aquela mãe hoje deveria estar desesperada, sem ter como ajudar o seu filhote, sem saber como ajuda-lo.
Não tendo mais tempo e já atrasada para o trabalho deixei minha casa e enquanto dirigia meu carro chorei. Sim chorei, eu choro. Comecei a pensar como mãe. A imaginar como aquela mãe estava se sentindo. Eu sei que animais agem por instinto. Mas a demonstração de amor que aquela mãe e também aquele pai deram hoje ficara para sempre na minha lembrança. Chegando no serviço, contei o acontecido para minha patroa. E nesse momento me lembrei de ligar para meu marido para pedir a ele que colocasse algo que eu havido deixado fora da geladeira de volta. Foi então que mais uma vez me apaixonei por ele. Ele me disse que tinha conseguido cortar o fiapo e libertar o passarinho. Ele se vestiu com uma capa de chuva para se proteger dos "pais" do filhote e conseguiu! Admiro sua coragem! Mas a duvida rondava meu pensamento. Estaria aquele filhote machucado? Poderia ele voar? Fiquei pensando nisso o dia todo. Também refleti muito nesse dia. Ate que ponto os pais se arriscam para salvar seus filhos? Nos humanos somos tao corajosos quantos os animais? E aquela historia de mãe leoa? Existe? Minha conclusão? Nos também somos animais e embora racionais quando precisamos saímos da nossa racionalidade por nossos filhos. Defendemos com unhas e dentes nossas crias, de tudo e de todos!
Quando cheguei em casa a tarde, a primeira coisa que fiz foi correr para o quintal e procurar pelo filhote. Não o encontrei e preferi acreditar no melhor, que ele voou e esta feliz cortando os céus da Georgia! E picando as arvores!

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